IX
de frenesi tomado círio a caminho
de velórios ou rosto da noite do mundo
eu vim através do opaco
pela escuridão sem candelabro
de espírito pertencido ao sol
em corpo negro negro negro não como o vazio
ou abismo que são claros de onde os vejo
debaixo da pálpebra mas facho lentamente lume
como de carneiros a respiração
num poro de pele soasse
negro negro evadido do brilho falso brilhante
da cisma de relâmpago na pupila preso em fagulha
devanear é do poema fundamento
as sarjetas da insônia; berço
o poeta de ruínas; voz
da sacristia lua ainda rumor espreita
sol diurno engolfando a praia del chifre
(motivo é apêndice ou silêncio
se o poema não gritar cicatrizes
guardando o íntimo)
sábado, 6 de novembro de 2010
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Que belas imagens, Rogério.
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