sábado, 16 de maio de 2009

Calíope
às vezes, incessante sopra
no ouvido hipnotizado
um coro surdo e frio de bronze
como badaladas embaixo do céu
aos domingos, à espera da noiva
harmoniosa; Enquanto em mim
silenciados, os sinos no templo
ruindo, quando muito esperam
os pesares inúteis de todo o céu
aonde a música da deusa alcance

terça-feira, 12 de maio de 2009

Amago

Inverto a fechadura da porta
para que demorem a entrar
na casa de minha solidão
e saibam, a multidão de tumultos
e a desolação de vultos, reunidos
em torno do abismo que sou

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Poema sobre mote de Fátima Almeida

Ó musa de solitários homens
adormecida, em mar deitada
flutuando densa, no assoalho
quase tocando que cada um
dentro tem inacessível.

Ó musa dos deuses, bacante
ópio de verdes moços em transe
lingua sobre todas as terrenas
avara luz para poucos mortais
voz natural de água fogo e ar.

Ai de mim (musa) triste sozinho
humano e perdido entre torvelinhos
se não houvesse por graça
tua força de onde tudo se gera
em minha mão que se esmera.

Te chamo por refrigério, poesia.
"Estamos juntos;
As palavras fizeram nosso encontro."

rogério Generoso

POEMA

O poeta prega aos peixes
em lingua estranha, e esses
em piracema se atiram
ouvintes de guelras atentas.

O poeta fala aos seus
com intimidade de um deus
e esses, irados com tal onisciencia
investem vacas e muros por confidentes